VOLEIBOL À MODA ANTIGA
- elessandromestrado
- há 18 horas
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A principal característica do voleibol praticado antes das principais modificações de suas regras era sua dinamicidade. As partidas eram muito demoradas, o que ocasionava, ao esporte, uma certa dificuldade de expansão, já que sua popularidade dependia também de sua especularização através de um maior dinamismo.
As regras deste esporte modificaram-se com o passar dos anos, refletindo inclusive às necessidades de seus participantes, bem como do conjunto da sociedade. A seguir, acompanhe atento algumas regras que vigoraram por muito tempo no voleibol e que atingiram os objetivos, de acordo com as necessidades da época.
O sistema de vantagens aplicado ao voleibol era o principal problema aos interesses da televisão. O ponto era marcado somente quando a equipe recuperasse a vantagem e, logo em seguida, confirmasse a vantagem adquirida. Se você perceber, isso se tornava um grande problema, pois partidas chegavam a durar de 3 a 4 horas.

Outra característica importante da constituição das regras nesse momento é a possibilidade de tocar a bola com outras partes do corpo. Era permitido o contato com partes do corpo que fossem acima da cintura.
O local destinado para o saque era restrito, a um espaço pré-estabelecido, não sendo possível sua transposição.
No saque, antes de 1984, era possível o seu bloqueio, sendo extinto já a partir das olimpíadas realizadas naquele ano em Los Angeles.
Para a chamada recepção de primeira bola, não era permitido o contato com as mãos separadas umas das outras, caracterizando 2 toques.
O saque, ao tocar a rede, era imediatamente anulado, dando a vantagem à equipe adversária.
Este conjunto de regras sofreu transformações que possibilitaram ao jogo uma maior dinamicidade e previsão temporal. Isso teve, na mídia, uma grande aliada.
A TRANSIÇÃO: o papel da mídia
O voleibol teve a oportunidade de ampliar sua "popularidade" por meio da espetacularização efetuada na televisão, e, com isso, divulgar os produtos dos novos patrocinadores que começavam a se interessar pelo esporte.
Vale questionar alguns pontos controversos a respeito da popularização do voleibol como segundo esporte mais praticado no Brasil: como explicar o fato de que alguns jogadores de mantêm por vários anos jogando pela seleção? Se este esporte é tão praticado em nosso país, não haveria outros jogadores de talento para renovar o time da seleção? O que contribuiu para essa lenta renovação?
De outra perspectiva, como explicar a pouca expressividade de nosso país nas olimpíadas? Será mesmo a falta de incentivo ao esporte? Como explicar um país como Cuba, arrasado pelos embargos econômicos impostos pelos Estado Unidos, ser superior ao Brasil no quadro de medalhas em uma olimpíada e ainda, mais recentemente, em julho de 2007, foi segundo colocado nos XV Jogos Pan-Americanos, realizados no Rio de Janeiro?
Mas voltemos à nossa intenção principal: analisar a mídia como elemento importante na transição do voleibol a um formato voltado ao espetáculo.
Para que o negócio fosse completo, havia a necessidade de organizar o esporte, a partir de campeonato e eventos, cuja finalidade era colocar o voleibol no mercado como espetáculo rentável para os investidores e agradável e dinâmico aos espectadores.
Assim, o voleibol seguia suas transformações, atendendo às perspectivas do mercado e as exigências de aplicação e retorno financeiro.
A partir das relações entre os clubes, confederações e organizadores de torneios vinculados aos interesses das emissoras de TV, o voleibol se transformou em esporte espetáculo, cujo objetivo tem por trás da diversão, e simples competição, o incentivo ao consumo de grandes marcas esportivas, produtos variados, formas e estilos de vida, modismo e ideias.
Nesse contexto, o voleibol, com a ajuda da televisão e o interesse de outros agentes envolvidos (dirigentes, técnicos, jogadores, etc.) passou de um esporte pouco conhecido, voltado para as classes mais abastardas, a um esporte "popular", conhecido e praticado por pessoas de todas as classes sociais e de todas as regiões do Brasil. Tornou-se um empreendimento, marca registrada que rende milhões anualmente.



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