PARTE 4: Futebol - a formação da identidade nacional.
- elessandromestrado
- 9 de mar.
- 2 min de leitura
Criado por Fabiano Antônio dos Santos – Colégio Estadual Padre João Wilinsk, Curitiba-PR. E Rita de Cássia – Lindaura R. Lucas – São José dos Pinhais-PR. E adaptado por Elessandro Salustiano.

A nossa discussão a respeito do futebol apresentará, também, o pensamento de outro autor, para quem esse esporte é manifestação da cultura do povo e constituidor da nação brasileira.
Você deve pensar, como um esporte, ou jogo, pode se constituir num objeto que identifica uma nação? Identidade estranha quando se pensa em um esporte que veio de fora do país e hoje anunciamos aos quatro cantos, como se fosse nossa invenção.
Segundo o antropólogo Roberto Damatta (1982):
[...] sabemos que o futebol brasileiro se distingue do europeu pela sua improvisação e individualidade dos jogadores que tem, caracteristicamente, o controle de bola. Deste modo, o futebol é, na sociedade brasileira, uma fonte de individualização e possibilidades de expressão individual, muito mais do que um instrumento de coletivização ao nível pessoal ou das massas. Realmente, é pelo futebol praticado nas grandes cidades brasileiras, em clubes que nada têm de recipientes de ideologias sociais, que o povo brasileiro pode se sentir individualizado e personalizado. Do mesmo modo, e pela mesma lógica, é dentro de um time de futebol que um membro dessa massa anônima e desconhecida pode tornar-se uma estrela e assim ganhar o centro das atenções como pessoa, como uma personalidade singular, insubstituível e capaz de despertar atenções. (DAMATTA, 1982, p. 27)
É necessário pensar o futebol como algo ainda mais complexo e poderoso do que um instrumento de ideologia das massas e do mercado. Propomos pensá-lo como possibilidade de desenvolver formas solidárias e cooperativas de organização da sociedade. Neste sentido, o futebol seria um esporte seria um esporte, uma prática corporal capaz de fazer refletir sobre diferentes maneiras de organização popular.

Nesta perspectiva, o futebol organizado nas ruas, pelas comunidades locais, pode se tornar a vitrine de nossa identidade nacional. Esses times que se constituem nas relações sociais democráticas e solidárias, que objetivam a diversão e a integração da comunidade, surgem como exemplos de possíveis organizações políticas alternativas.
O futebol de várzea, de pelada, aquele que você organiza na sua comunidade, na sua rua, cumpre um papel importante na caminhada ruma à superação de dificuldades e, principalmente, da personalização singular do brasileiro como povo característico e criador de uma cultura própria.
Quando nos colocamos como atores deste espetáculo, muitos problemas podem surgir, principalmente, se você analisar qual o grande público que participa dos jogos organizados nas ruas. Os homens ainda representam a maioria dos praticantes de futebol, embora isso venha mudando com uma frequência cada vez maior. As mulheres tem conquistado seus espaços, o que pode demonstrar o que dissemos anteriormente, sobre a importância do futebol na discussão de problemas sociais. Nunca é demais lembrá-lo, que o futebol deve ser praticado por toda a turma, e isso inclui todos e todas, meninos e meninas, sem distinção.
Vamos tentar organizar algumas atividades que propiciem a vivência do futebol praticado na rua, no qual você é o protagonista e, assim sendo, responsável por discutir e solucionar os problemas que possam surgir.
REFERÊNCIAS
DAMATTA, R. Esporte na sociedade: um ensaio sobre o futebol brasileiro. In.: Universo do futebol: esporte e sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1982.
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