top of page

O Circo como componente da Ginástica

  • elessandromestrado
  • 2 de mar.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 18 de mar.

Por Felipe Sobczynski Gonçalves - Departamento de Ensino Médio - SEED/PR


Certamente você já ouviu falar sobre Ginástica, mas já se preocupou em refletir sobre: como ela se originou? Quais são suas duas diferentes vertentes? A quem ela interessava? Quais são suas influências em nossas atividades cotidianas?


Neste post, discutiremos com você uma das possibilidades da ginástica a ser desenvolvida nas aulas de Educação Física. Para que nossos diálogos sejam profícuos, mergulharemos numa história em que os personagens principais serão vocês, alunos. Para que o nosso espetáculo seja divertido, alegre, mas, ao mesmo tempo, sério e reflexivo, precisaremos da dedicação de todos, de uma ação coletiva.



A ginástica entrando em cena.

Antes de abrirmos as cortinas e ascendermos as luzes para que o espetáculo comece, necessitamos compreender como ocorreu o desenvolvimento da Ginástica, e que marcas ela imprime no corpo.

A ginástica veio tornar real e visível aquilo que Carmen Lúcia Soares chama de “corpo educado”. Compõe, também, o denso registro de saberes que se constituem a partir da tomada do corpo como objeto de cuidados. Vejamos quando e onde tudo isso começou.

“O corpo educado” é o resultado da paciente e lenta elaboração das formas distintas de intervenção dirigida do exterior com a intenção de atingir a alma humana.


No século XIX, na Europa, a Ginástica passou a ter um caráter de cientificidade, consolidando-se como um dos mais importantes novos códigos de civilidade. Essa atividade teve total influência na “educação do corpo”, pois reformava completamente o corpo, o qual passou a ostentar uma simetria como nunca teve antes. Para aquele momento histórico, interessava o corpo disciplinado, educado e modelado para as novas necessidades sociais.


A prática da Ginástica realizada simultaneamente em vários países da Europa, especialmente na Alemanha, Suécia, Inglaterra e França, ao longo de todo o século XIX, fez nascer o chamado movimento Ginástico Europeu. Esse momento se constituiu a partir das relações cotidianas, dos divertimentos e festas populares, dos espetáculos de rua, do circo, dos exercícios militares, bem como dos passatempos da aristocracia.



Para que esse movimento tivesse aceitação e passasse a fazer parte da educação dos indivíduos, além de possuir o princípio de ordem e disciplina coletiva, deveria romper completamente com seu núcleo primordial que era o divertimento. A ginástica passou a se destacar nos círculos intelectuais, quando se tornou científica e despertou o interesse da burguesia. Essa classe social utilizaria a ginástica como um instrumento disciplinador de posturas, ações e gestos, que contribuiria para que os indivíduos adquirissem noções de economia de tempo, de gasto de energia e de cultivo à saúde. Como nesse período as indústrias ganhavam força, era preciso que fosse ao trabalhador uma atividade de caráter ordenativo, disciplinador e metódico – a Ginástica.


Em contraposição aos interesses da burguesia europeia do século XIX, mas contemporâneas a ela, os artistas realizavam práticas corporais descompromissadas, simples espetáculos em feiras e circos, onde palhaços, acrobatas, gigantes e anões despertavam, na população, vários sentimentos, entre eles, o assombro e o medo.




REFERÊNCIA

SOARES, C. L. Imagens do corpo "educado": um olhar sobre a ginástica do século XIX, In. FERREIRA NETO, A. (org). Pesquisa Histórica na Educação Física. 1 ed. Vitória: 1997, v.2, p. 05-32.

Comments


bottom of page